*não gosto que me digam que tenho uma borbulha algures na cara, já é suficientemente mau tê-la!
*gostava de conseguir tomar decisões sem pensar no que os outros vão pensar...
*não sou revoltada por ter uma doença crónica, o que me lixa é ter que pensar sempre se me vou prejudicar...deve saber bem agir ou fazer alguma coisa sem pensar em mais nada, apenas aproveitar o momento.
*a família do lado perneta sofre de uma dependência assustadora! Gostam tanto uns dos outros, ajudam-se tanto, vêem-se tantas vezes que chega a ser claustrofóbico...as 'verdades' ficam por dizer porque as pessoas levam a mal (principalmente os mais velhos) e pensam que por dizermos certas coisas isso significa que não gostamos da família, se eles soubessem que é precisamente ao contrário...
*já fui tão independente e agora parece-me tão distante...gostava de o voltar a ser, porque me faz bem, me faz sentir que sou capaz de fazer tudo o que os outros fazem, mesmo que seja a ritmo de caracol, e porque sentia que os meus pais tinham orgulho em mim.
*às vezes queria mudar de vida, de terra...quiçá país, de trabalho, mudar tudo como acontece tantas vezes nas histórias que leio. Felizmente sinto que não mudaria a minha família caracol, nem o j..
*gosto mais dos meus animais do que algumas pessoas que conheço.
*não consigo dormir bem sem ti.
*sou muito apegada à minha caracolândia, a melhor família do mundo, gosto tanto deles que me custa desamarrar-me! Mas também me custa viver longe do j., o amor pelos 3 é tão grande que me aperta o coração ter de tomar decisões, detesto sentir que ficam magoados comigo...deviam saber que todos são importantes para mim, sempre o serão de uma maneira ou de outra.
*pareço uma mulher à beira da típica crise existencial de meia idade, o problema é que tenho apenas 26 anos!
Pensei muito antes de escrever este post, porque sei que pessoas próximas lêem às vezes o meu blog e este post NÃO é um recado para ninguém! São só mais uns desabafos, umas linhas que me deixaram aliviada depois de as escrever...foi por isso que criei o blog, é algo meu e se não escrevo o que sinto só porque alguém pode ler, perderia todo sentido continuar com isto...
Às vezes era bom termos um botão de pausa, para avançar e recuar...parar também apetece em certas alturas, mas parar é morrer.
É bom pensar que recuava de bom grado, porque as boas recordações do passado sobrepõem-se aos maus momentos. Mas neste preciso momento só me apetecia avançar para o dia em que volto a estar contigo, os dois felizes algures, onde quer que seja...
Às vezes o tempo leva-nos o encanto que determinadas pessoas exerciam em nós, que uma área despertava no nosso eu mais interior, a magia infantil que as reuniões de família suscitavam e tantas outras coisas...Dizem os velhos que o tempo cura tudo...não é mau, não é bom, é simplesmente o curso natural da vida (acho eu!).
* soube-me bem escrever este post, mas voltei a lê-lo e pensei "que porra de conversa à velha!" (como não tenho hábito apagar o que escrevo, vai assim...)
Estou de volta! Não vou relatar as preocupações médicas, o stress com o mestrado, os arrufos de namoro, enfim todos os desânimos e desventuras da minha vida que me têm 'consumido' as energias (pelo menos não neste post). Quero animar, é com esse intuito que voltei a escrever no blog, gosto tanto do meu cantinho e por vezes não lhe tenho dado a atenção que desejaria...ah é verdade o meu blog fez 2 anos no dia 13 de Outubro! Quero tanto que a força, com que estou hoje, não me abandone (please).
Deixo aqui uma frase que o caracol do mar me disse um dia e que me ajuda tantas vezes "quando estamos num meio de um ribeiro, não se volta para trás...há que seguir em frente".
p.s.- a todos que se preocupam comigo, vejo pelos vossos comentários que é sentido, muito obrigado.
Será que todos os seres vivos sabem quando chega a sua hora de partir? Sempre pensei que sim e isto é que me custa, porque olho-a nos olhos e parece que sabe que está na hora...
Agarro-me à esperança, agarro-me aos pequenos sinais que a Daisy me dava todos os dias, por mínimos que fossem....lamber o pêlo um bocadinho, espreguiçar-se, chatear-nos com os miados insistentes ou andar sempre atrás de nós, tudo servia para eu me alegrar e sentir que as melhoras vinham para ficar...as melhoras foram embora tão rápido que nem nos apercebemos.
Agarro-me a tudo e tento convencer-me a mim e aos outros que não é a hora dela, que ainda é nova para um gato (7 anos), se calhar estou apenas a enganar-me a mim, não a quero perder já! Só que não sei que posso mais fazer, quando lhe damos comida à seringa, porque se tem recusado a comer sozinha, quando lhe damos comprimidos suspira tão profundamente como se tivesse cansada de viver, dá luta até certo ponto, depois deixa-nos fazer o que quisermos porque já não tem forças e sinceramente também estou a ficar sem forças, a minha pequenina está a ir-se e não me deixa ajudá-la, talvez saiba que não vale a pena, talvez esteja cansada demais e queira descansar...
Só posso lutar até certo ponto, o resto ultrapassa-me e resta-me apenas rezar para que melhore senão talvez seja mesmo a hora de partir da Daisy...
Caracolinho é alcunha claro está! Digo-vos que me assenta que nem uma luva...Gosto da minha concha, de me sentir protegida, quanto ao resto... tenho um mundo inteiro para descobrir e desbravar, talvez me encontre verdadeiramente num recanto qualquer. A vida é feita de encontros e desencontros e agora começo a percebê-lo!