Há coisas que se sentem, não se explicam (ponto final).
Factos:
1. Na manhã que o meu avô C. morreu quando estava a tomar banho ia desmaiando, na altura não liguei, devia ser uma quebra de tensão. Ia eu e o meu pai a caminho do hospital quando recebemos a chamada, o avô tinha morrido. Mais tarde pela hora da autópsia reparei que a hora em que quase desmaiei foi aproximadamente a hora da morte do meu avó. Este avô marcou a minha infância e tenho muitas coisas dele no meu feitio, gosto disso. Só tenho pena de não ter tido mais tempo a presença dele na minha vida.
2. Há 2 anos e tal num fim-de-semana habitual, daqueles em que pegava na mala, no bolinhas e zarpava para Braga para ir ter com o J., meti na mala um top preto que raramente vestia, o porquê não sei...soube-o na manhã de sábado, o meu avô J. morreu e lá vou eu para a santa terrinha, o top preto fez sentido!
3. Segunda-feira passada, ia com o J. a caminho do aeroporto buscar os meus pais. Dou comigo a pensar para os meus botões "quando a minha avó A. morrer, só vou ao funeral por respeito ao meu pai", não disse nada ao J. porque não fazia sentido dizer-lhe, foi apenas um pensamento para mim que me veio à cabeça vindo do nada. Afinal não era nada, vínhamos a chegar a casa já com os meus pais e começam a tocar os telefones, era a família do meu pai a dizer que a minha avó tinha morrido. Fui ao funeral por respeito ao meu pai tal como pensei, não consegui derramar uma única lágrima, nem mesmo quando vi o meu pai chorar, simplesmente não havia nada 'cá dentro' para chorar!
Estes factos deixam-me sem saber explicar o porquê das coisas...porque sinto ou faço coisas que indirectamente vão ter uma explicação apesar de não associar, nem perceber no momento. Não perco o sono a pensar nisto, não! Mas arrepia-me quando penso nisto e quando acontecem...para os mais cépticos serão apenas coincidências, para outros crentes serão obra dos espíritos, energias e sei lá mais o quê, para mim são coisas que não sei explicar, mas que sinto e não gosto de sentir!
Caracolinho é alcunha claro está! Digo-vos que me assenta que nem uma luva...Gosto da minha concha, de me sentir protegida, quanto ao resto... tenho um mundo inteiro para descobrir e desbravar, talvez me encontre verdadeiramente num recanto qualquer. A vida é feita de encontros e desencontros e agora começo a percebê-lo!